
Uma nova tecnologia promissora pode mudar radicalmente o tratamento de infecções respiratórias. Pesquisadores da China e de Hong Kong desenvolveram microrrobôs tão pequenos quanto um fio de cabelo, projetados para navegar pelas vias nasais e combater infecções como a sinusite. Movidos por campos magnéticos e ativados por luz, eles são capazes de destruir bactérias sem a necessidade do uso de antibióticos, oferecendo uma alternativa inovadora diante da crescente preocupação com a resistência bacteriana.
Nos testes realizados em porcos e coelhos vivos, os robôs foram inseridos por um tubo fino e guiados até a área infectada. Uma vez no local, foram ativados para romper o biofilme — camada protetora que abriga colônias bacterianas — e liberar compostos reativos de oxigênio que eliminam os micro-organismos. Após o procedimento, os microrrobôs são expelidos naturalmente pelo nariz. Além da sinusite, a tecnologia também pode ser adaptada para limpar implantes ou administrar remédios em áreas de difícil alcance.
Embora os primeiros resultados tenham sido positivos, a introdução da técnica em humanos ainda deve levar cerca de uma década. Modelos computacionais já simulam o tratamento em pessoas, e o monitoramento por raio-X é apontado como solução para garantir a segurança do procedimento. No entanto, especialistas chamam atenção para riscos associados: há a possibilidade de que nem todos os robôs sejam expelidos, o que levanta questões sobre efeitos colaterais a longo prazo. Além disso, a aceitação pública ainda representa um obstáculo, especialmente diante de resistências culturais e desinformação sobre tecnologias invasivas.
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