
Um dos serviços de vídeo mais utilizados do planeta está comemorando duas décadas em 2025. O YouTube, plataforma criada para assistir e compartilhar vídeos, chegou aos 20 anos mantendo sua relevância no setor e mirando ainda mais alto com planos ambiciosos para o futuro.
Desde os seus primeiros dias como um simples site para hospedar vídeos, o YouTube se destacou pela capacidade técnica de oferecer reprodução sem travamentos e pela diversidade de conteúdos disponíveis — de vídeos virais a nichos extremamente específicos. Com o tempo, foi se adaptando ao comportamento dos usuários e à chegada de novos concorrentes, sem perder a essência que o transformou em gigante.
A seguir, veja momentos marcantes da trajetória da empresa, curiosidades surpreendentes e o que vem por aí na história da plataforma.
A origem da plataforma
O YouTube foi oficialmente fundado em 14 de fevereiro de 2005, em um período em que a internet banda larga ainda se espalhava e não havia muitas opções de qualidade para quem queria assistir ou subir vídeos online.
Os fundadores Chad Hurley, Steve Chen e Jawed Karim, ex-colegas na PayPal, registraram o domínio youtube.com nessa data, mesmo sem um produto pronto para o público. Eles haviam deixado a startup após sua aquisição pelo eBay, o que lhes rendeu recursos para investir na nova ideia.
O primeiro vídeo do site foi publicado em 23 de abril de 2005, com Karim em uma visita ao zoológico. O clipe de apenas 18 segundos é considerado o ponto inicial da história da plataforma.
Pouco mais de um ano depois, em outubro de 2006, o Google adquiriu o YouTube por US$ 1,65 bilhão — uma quantia considerada enorme para a época. Desde então, a plataforma passou a operar como uma subsidiária, mantendo sua identidade e nome originais.
Expansão, celebridades e estrutura
À medida que crescia, o YouTube se consolidava como berço de celebridades da internet e vídeos virais. Nomes como Tay Zonday (com Chocolate Rain), a apresentação Evolution of Dance e o brasileiro Felipe Neto — primeiro criador do país a alcançar 1 milhão de inscritos — fizeram parte dessa fase inicial.
Com o crescimento da base de usuários, o serviço foi ampliando sua estrutura. O programa de parcerias permitiu que criadores fossem remunerados com parte da receita publicitária. Iniciativas como o YouTube Kids, voltado ao público infantil, também foram introduzidas, embora não sem controvérsias.
Números impressionantes após duas décadas
Mesmo com a concorrência pesada de TikTok, Twitch, Instagram e serviços de streaming, o YouTube segue acumulando feitos impressionantes:
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São publicados cerca de 20 milhões de vídeos diariamente;
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Em 2024, usuários fizeram mais de 100 milhões de comentários por dia;
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A plataforma lidera o tempo de visualização em serviços de streaming desde fevereiro de 2023;
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De acordo com a Oxford Economics, em 2024, o YouTube contribuiu com R$ 4,94 bilhões para o PIB do Brasil e gerou mais de 130 mil empregos;
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O número de assinantes do YouTube Premium ultrapassou 100 milhões, número também refletido no YouTube Music;
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Só no segmento de podcasts, mais de 1 bilhão de usuários mensais acessam a plataforma;
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Gangnam Style, de Psy, foi o primeiro vídeo a atingir 1 bilhão de visualizações, em 2012. Hoje, o recorde é de Baby Shark;
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Mais de 300 videoclipes disponíveis no site ultrapassaram a marca de 1 bilhão de visualizações;
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MrBeast se tornou, em 2024, o canal com mais inscritos, disputando a liderança com o T-Series;
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O trailer de Grand Theft Auto VI quebrou recorde como maior estreia de um vídeo não musical, com mais de 93 milhões de views em 24 horas.
O que o futuro reserva
Muito mais do que um simples reprodutor de vídeos amadores, o YouTube em 2025 é uma plataforma complexa, que atende múltiplos públicos e investe em novos formatos. No entanto, nem todas as mudanças foram bem aceitas. O aumento no número de anúncios e a batalha contra bloqueadores têm incomodado muitos usuários. A empresa também enfrentou críticas por permitir desinformação e teorias da conspiração, especialmente durante a pandemia.
Ainda assim, os hábitos dos usuários estão mudando: cada vez mais pessoas assistem a vídeos pelo YouTube na TV, incluindo podcasts em vídeo. Segundo a Edison Research, 81% dos ouvintes semanais de podcasts no Brasil usam o YouTube para descobrir novos programas — e os brasileiros estão entre os mais dedicados, com uma média de 11 horas e 6 minutos semanais consumindo esse tipo de conteúdo, superando até os americanos.
Por outro lado, vídeos curtos na vertical, os Shorts, também têm ganhado espaço. Eles agora fazem parte do sistema de monetização e já somam milhões de visualizações diárias.
A empresa também aposta pesado em inteligência artificial. A integração de IA inclui ferramentas de edição, assistentes para criadores e a conexão com o gerador de vídeo da Google, o Veo 3.
Uma pesquisa da Radius revelou que 96% dos criadores brasileiros já utilizam IA generativa, embora muitos ainda não explorem totalmente seu potencial — especialmente em áreas como efeitos visuais, direção de arte e produção cinematográfica.
Parabéns, YouTube!
Para celebrar os 20 anos, o YouTube lançou um vídeo especial com trechos de vídeos icônicos e criadores das últimas duas décadas, todos juntos recriando a música Never Gonna Give You Up, de Rick Astley — um clássico resgatado pelo famoso “rickroll” que nasceu na própria plataforma.
Ao longo dos anos, o YouTube se tornou uma peça fundamental da cultura digital. É um espaço onde talentos são descobertos, tendências são criadas e onde o mundo se conecta além das fronteiras físicas — um verdadeiro pilar do universo midiático contemporâneo.