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Campinas se firma como polo de ciência com novos centros de pesquisa apoiados pela Fapesp

Campinas fortalece sua posição como epicentro da ciência e da inovação tecnológica no Brasil com a aprovação de três novos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids) financiados pela Fapesp. Entre os quatro projetos escolhidos em todo o estado, três são da cidade — dois vinculados à Unicamp e um ao CNPEM — e receberão até R$ 8 milhões anuais por um período inicial de cinco anos, renovável por igual período. As iniciativas abrangem desde a pesquisa em materiais quânticos até avanços em matemática aplicada e inteligência artificial, com potencial para impulsionar novas tecnologias, startups e soluções estratégicas nas áreas de saúde, energia e ciência de dados.

No CNPEM, será criado o Centro de Engenharia Molecular de Materiais Avançados (CeMol), liderado por Edson Roberto Leite, especialista em nanotecnologia. O projeto visa o desenvolvimento de dispositivos de última geração, novos materiais sustentáveis e alternativas energéticas, incluindo a exploração da computação quântica. A iniciativa reúne uma rede de parceiros de peso como USP, UFABC, UFSCar, Embrapa e Ipen, reforçando a proposta de um ecossistema colaborativo com vocação tecnológica e industrial.

Na Unicamp, o Instituto de Física Gleb Wataghin coordenará o CRISQuaM, centro dedicado à criação de materiais inteligentes com aplicações em sensores para áreas como agricultura, saúde e meio ambiente. O projeto também aposta no avanço da spintrônica — uma nova fronteira da computação baseada na manipulação do spin dos elétrons — com aplicações promissoras na computação quântica. Já o Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica (IMECC) abrigará o novo Centro Brasileiro de Geometria (CBG), voltado à pesquisa em matemática pura e aplicada, com foco em redes neurais e aprendizado de máquina para resolver problemas teóricos complexos.

O processo seletivo conduzido pela Fapesp contou com avaliação de especialistas internacionais e reforça o modelo de financiamento robusto e de longo prazo, garantido por 1% da receita tributária do estado de São Paulo. A lógica de criação dos Cepids busca unir talentos em torno de metas coletivas e estruturadas, ao invés de financiar iniciativas isoladas, promovendo sinergia entre ciência básica e aplicação prática. Com a inclusão dos novos projetos, a fundação passa a financiar 29 centros ativos, dos quais seis estão sob a responsabilidade da Unicamp.

Além dos recém-aprovados, a universidade já lidera centros com foco em e-Science, neurociências, câncer e obesidade, evidenciando sua relevância em áreas de grande impacto social. O CancerThera, por exemplo, atua na identificação de compostos metálicos para diagnóstico e tratamento de tumores, enquanto o BRAINN investiga causas e tratamentos para AVC e epilepsia por meio de tecnologias interdisciplinares. Já o OCRC concentra-se em combater a obesidade e suas doenças associadas, reunindo esforços de universidades paulistas e federais.

Esse conjunto de ações posiciona Campinas como uma referência científica nacional, demonstrando como políticas públicas consistentes de fomento à pesquisa são capazes de transformar conhecimento em soluções concretas para os desafios contemporâneos. A articulação entre universidades, centros de pesquisa e empresas deve gerar inovações que extrapolam os laboratórios e alcançam diretamente a sociedade.

Foto: Reprodução

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