
Em meio à corrida pela liderança no setor de inteligência artificial, a Apple estuda um movimento pouco comum em sua trajetória: a aquisição da Perplexity AI, startup em ascensão que vem se destacando com soluções avançadas de busca e linguagem natural. A informação é da agência Bloomberg, que revelou que altos executivos da Apple, como Eddy Cue e Adrian Perica, discutiram internamente a possibilidade de apresentar uma proposta à empresa de IA.
Embora nenhuma negociação formal tenha sido iniciada até o momento, a intenção da Apple seria incorporar a tecnologia e, principalmente, os talentos da Perplexity — reforçando sua capacidade de competir em um segmento no qual outras gigantes, como OpenAI, Google e Meta, já avançaram significativamente. Diante da recepção morna ao recém-anunciado Apple Intelligence e dos sucessivos atrasos na reformulação da assistente Siri, a aquisição surge como uma solução estratégica para acelerar a inovação.
A Perplexity AI tem chamado atenção do mercado com um chatbot que realiza buscas em tempo real, traduz com base em contextos culturais e se adapta ao perfil de cada usuário. Essas funcionalidades, já maduras e operacionais, seriam vistas por Cupertino como uma oportunidade de oferecer uma experiência de IA mais robusta, sem depender exclusivamente de desenvolvimento interno — algo que a Apple historicamente preza, mas que agora pode reconsiderar diante do cenário competitivo.
Caso a aquisição não avance, uma alternativa em estudo seria a formalização de uma parceria, permitindo à Apple integrar parte da tecnologia da Perplexity sem absorver a empresa por completo. Estratégia semelhante foi adotada pela Meta, que chegou a negociar com a Perplexity antes de redirecionar seus investimentos para a Scale AI, outra startup do setor.
Avaliada recentemente em US$ 14 bilhões, a Perplexity AI tem valor de mercado muito superior à maior aquisição já feita pela Apple — a Beats, comprada em 2014 por US$ 3 bilhões. A disparidade ilustra tanto o apetite do mercado por soluções de IA quanto o desafio para a Apple em recuperar seu protagonismo tecnológico.
Foto: Reprodução