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Estudante da UFSC desenvolve IA para rastrear notícias de corrupção e apoiar investigações do Ministério Público de SC

Uma inovação tecnológica criada dentro da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) promete transformar o combate à corrupção no estado. Trata-se do CONO, uma ferramenta de inteligência artificial desenvolvida pela estudante Ana Clara Stüpp, do curso de Sistemas de Informação, com o objetivo de apoiar o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) na identificação de indícios de irregularidades em licitações e contratos públicos. A tecnologia opera mapeando automaticamente notícias publicadas na imprensa local a partir de palavras-chave relacionadas a crimes contra a administração pública.

O programa utiliza técnicas de raspagem de dados para coletar conteúdos de portais catarinenses e, com base em um modelo de linguagem treinado (LLM), é capaz de interpretar e extrair informações relevantes como nomes de envolvidos, cidades, tipos de fraudes e valores mencionados. Os dados coletados são organizados e armazenados em um banco exclusivo do MPSC, podendo servir como base para a abertura de novas investigações ou reforço de casos já existentes.

A ideia nasceu no contexto do projeto Céos, que integra o Departamento de Informática e Estatística da UFSC e é financiado pelo próprio MPSC. Segundo a professora Carina Friedrich Dorneles, coordenadora do projeto, a iniciativa surgiu após uma série de reuniões e entrevistas com promotores, onde foi identificada a necessidade de ferramentas tecnológicas que pudessem captar informações da mídia antes que os casos fossem formalmente denunciados.

Atualmente em fase de desenvolvimento, o CONO ainda exige acionamento manual, mas a expectativa é que, em breve, ele execute varreduras automáticas duas vezes ao dia. Mesmo inacabado, o projeto já rendeu frutos: Ana Clara recebeu menção honrosa na XX Escola Regional de Banco de Dados (ERBD 2025), e prepara a submissão de um artigo ao prestigiado Simpósio Brasileiro de Banco de Dados (SBBD), que ocorrerá em setembro, no Ceará.

A criadora da ferramenta destaca que o objetivo é ampliar o alcance da tecnologia, tornando-a acessível não apenas a órgãos públicos, mas, futuramente, também à sociedade. “Queremos mostrar que a inteligência artificial pode ser usada como aliada da cidadania, da transparência e do controle social”, afirma Ana Clara. A previsão é que a versão final do CONO esteja pronta ainda em 2025.

Foto: Reprodução

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