
Um megavazamento de dados envolvendo mais de 16 bilhões de registros de e-mails e senhas de plataformas como Google, Apple, Meta, Telegram e GitHub acendeu o alerta para milhões de usuários no Brasil. A denúncia foi feita por pesquisadores do site Cybernews, que analisaram ao longo de 2025 um conjunto inédito de informações coletadas, supostamente, por malwares especializados em roubo de dados — os chamados infostealers. Segundo os especialistas, parte dos dados vazados estaria fortemente relacionada a países de língua portuguesa, o que levanta a hipótese de que o Brasil seja um dos principais alvos atingidos.
A base inclui registros organizados por domínios, logins e senhas, o que facilita ataques de invasão, fraudes financeiras e roubo de identidade. Embora parte do setor de cibersegurança conteste a originalidade total do material — sugerindo que haja dados antigos misturados —, o volume e a estrutura das informações indicam que, ao menos em parte, se trata de material novo, potencialmente explorável por criminosos digitais. O caso já motivou alertas em outros países, enquanto no Brasil a ausência de uma política nacional sólida de resposta a incidentes agrava a preocupação.
Diante do cenário, especialistas recomendam que os brasileiros adotem medidas imediatas de segurança: trocar senhas de contas mais sensíveis, ativar a autenticação em dois fatores (preferencialmente via app, e não SMS), não reutilizar combinações de senhas e utilizar gerenciadores confiáveis. A população também deve redobrar a atenção com mensagens de phishing — especialmente aquelas recebidas por e-mail, SMS ou redes sociais — que simulam compras, promoções ou cobranças.
Apesar de ainda não haver confirmação oficial por parte das empresas envolvidas sobre usuários brasileiros afetados, a dimensão do vazamento e os indícios levantados pelos pesquisadores sugerem que os dados de milhares — senão milhões — de brasileiros possam estar circulando na internet clandestina. O episódio reforça a urgência de uma cultura digital mais sólida e de investimentos em cibersegurança tanto por parte dos usuários quanto das empresas e do poder público.
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